Ambos acordavam de manhã, a um grande canto de pássaros tão alegre e ruidoso como se todas as cotovias e melros, da floresta, estivessem celebrando uma festa sobre o colmo da sua cabana: e em torno ao catre flutuava estranhamente um fresco cheiro de verduras e flores novas. Mas a mulher do lenhador não se podia erguer, num cansaço que a tornava mais pálida que um linho muito lavado: e bem depressa, gemendo, pediu ao seu homem que fosse buscar a moleira caridosa e hábil, porque chegava a sua hora de glória e de dor. E, ainda gemendo, a boa mulher começou logo a sua oração a Santa Margarida.
Atirando o machado que apertara ao cinto de couro, o bom lenhador correu através dos campos, ansiosamente, pisando sem dor os milhos novos, saltando as sebes em flor. A moleira carregava um saco cheio sobre o seu jumentinho branco. Descarregou logo o saco, saltou sobre o jumento, e através das azinhagas, a moleira galopando, o lenhador correndo, pararam à porta da cabana, quando do seu beiral se erguia, tomando o vôo, um casal de pombas brancas. Era um feliz prenúncio: - e enquanto o lenhador ia prender o jumentinho no eido, a moleira entrou na cabana depois de riscar no chão uma cruz com o pé, murmurando o nome de Santa Margarida. Mas voltou logo, trazendo nas mãos um largo cinto