Homens cobertos de sangue, Rainhas com o pobre coração varado de espadas – um sítio, além, nas alturas, muito rico, e muito triste. Quanto melhor a horta em que vivia, com a cerejeira, a sebe de madressilva, e a salsa junto da dorna! Um rumor passava entre os pilares de pedra, todas as faces sorriam, mais claras. O senescal descia do seu banco, a missa findara. E um contentamento enchia o coração de Cristóvão, tornando a ver os castanheiros do adro.
Então, pouco a pouco, tomou mais familiaridade com florestas e prados. Já corria a sua grossa mão sobre a doçura dos musgos; trepava aos troncos para espreitar para dentro da densidão das folhagens; estirava-se no meio das relvas altas, rolando os seus cabelos crespos pela brancura das margaridas. E ao mesmo tempo descobria, dentro de toda esta natureza, uma vida múltipla, vasta, ativa e maravilhosa. A terra, que ele remexia com seus dedos grossos, estava toda mole dos vermes que a habitavam; cada hastezinha de relva abrigava um povo de insetos, mais numerosos que a gente da aldeia, aos domingos, sob os castanheiros do adro; cada folha cobria uma asa; nas espessuras, longos dorsos peludos roçavam as suas pernas lentas; olhinhos brilhantes espreitavam de entre a negrura das tocas; o restolhar dos matos dizia a passagem das feras. Um confuso, obscuro amor por todos estes seres,