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Página:Uma campanha alegre v1 (1890).pdf/124

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se nos braços do vento; Deus, o bom Deus, o Deus

Justo, vive na infinita transparência da luz — e o pobre eclesiástico, pálido, sonolento, aturdido, enterrado em in-fólios, folheia o Dicionário de Bergier, Bossuet, Noailles, os concílios de Trento e de Florença, Orígenes, Lactâncio, João Clímaco, Fleury, a

Cartilha, o Larraga — para saber se pelas leis da Igreja lhe é permitido afirmar que «11 noves fora, é 2!»

E erra a soma!

Outra máxima da Nação:

«A liberdade e a igualdade são palavras ímpias e impuras.

Por consequência, no reinado legitimista, nenhum homem de bem, verdadeiro absolutista e verdadeiro jesuíta, ousará pronunciar essas palavras réprobas. Não as dirão nunca nas salas as pessoas delicadas. Serão desonestidades. Ante elas as faces castas corarão — e o ex-Tártaro, vulgo Inferno, não perdoará!

Assim o conde de A., querendo apresentar ao bispo de B., o Sr. Ferreira Fagote, ex-constitucional, murmurará discretamente, para evitar a sórdida palavra liberdade:

Tomo... aquela que o pudor me impede de nomear, de apresentar a vossa reverência o Sr. Fagote!