passada) sobretudo «para certificar às colónias que elas são lembradas na Pátria com carinho e saudade».
E aí está! Nós a pensarmos que um navio ia vigiar o litoral, garantir a paz interior, impor o respeito ao estrangeiro, dar protecção ao comércio — e no fim o que o navio vai fazer é significar às colónias que a Pátria melancólica lhes manda muitos recados e os seus suspiros!
Ora neste caso a marinha pode ser dispensada. Para expressar o nosso sentimento basta que o Governo remeta às colónias, pelo vapor da carreira, um bilhete contendo uma saudade roxa, uma mecha dos seus cabelos, e estes dizeres meigos:
— «Colónia! lembro-me de ti com pungente mágoa, definho nos teus ardores...
Lembra-te de mim, meu bem... Olha de lá a Lua, que eu de cá também a olho com a alma em ti. Pensando nos teus encantos, dou largas ao salgado pranto. Até à morte o teu
Fiel amante, o ministro e secretário dos negócios da marinha e ultramar,
Gouveia e Melo.»
Ou, para não dar escândalo, pode o Governo de S. M. recorrer a um anúncio amoroso nos jornais.
COLÓNIAS PORTUGUESAS