Página:Uma campanha alegre v1 (1890).pdf/242

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com um zelo pelas rupias extremamente compreensível, quereriam ter um soldo igual aos oficiais que vão de Portugal. Por consequência requerem. (Têm a ingenuidade

Andávamos inteiramente esquecidos da índia! Uma clara manhã ela aparece violentamente no meio de nós, envolta num telegrama do sr. visconde de S. Januário.

Por essa ocasião muito bom português se admirou que a índia ainda fosse nossa! Ela saíra, havia muito, das pompas solenes do artigo de fundo. Quase não aparecia nos orçamentos. Obscura, velha, arruinada, estéril, dobrada sobre si mesma, todos a supúnhamos unicamente ocupada, nas brumas distantes, a comer o seu arroz! A notícia de que ela ainda tinha vitalidade bastante para se revoltar — espantou! A certeza que ainda ali havia soldados, cidadãos, fortalezas, interesses, telégrafos — quase aterrou! asiática de requerer!) Mas quando desesperam dos despachos da Pátria, permitem-se, como uma variedade mais ruidosa, uma certa porção de revolta! Levam alguns bata-lhões para a rua e soltam o babadé. O babadé é um ah! ah! ah! prolongado, uivado — cortado pela mão espalmada que bate rapidamente sobre a boca. Tais são as revoltas da

índia, á concidadãos timoratos!

Para conter este elemento indígena, que meios tem o sr. governador-geral? Diz-se que o sr. governador-geral, para defesa dos grandes interesses portugueses, dispõe da guarda municipal.

Essa guarda foi de todo o tempo composta de soldados portugueses, que os índios chamam paquelós. Os portugueses que vão servir como funcionários são considerados aristocracia, e chamam-se fringuis. Na índia o Sr. Melício seria um fringui!

Esta guarda foi sempre segura, fiel e valente. Somente, hoje, tem a qualidade lamentável das legiões de Varo: — já não existe! A Pátria distraída esqueceu-se de renovar os paquelós: e a Morte, com um desdém pelas nossas possessões que nunca