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«Quem o sabe? Quem o saberá?» diz o cuco da lenda.

Que te trará ele a ti, fiel camarada das Farpas e da sua campanha irónica? Um acesso no teu emprego? A herança de um velho tio? Uma noiva de cinta airosa? Uma bela viagem por conta do Estado? Um pequerrucho guloso de leite?

«Quem o sabe? Quem o saberá?» diz o cuco da lenda. Que ele, o Ano Novo amável, te conserve a cabeça serena, o estômago são, o bolso sonoro, e a mão decidida.

Eis o bom e o positivo na vida. E também que faça penetrar em ti como um calor reconfortante a estima das Farpas — ou, pelo seu nome genérico, a estima do Bom senso.

E que trará ele à Pátria? É justo que pensemos um pouco na Pátria. Porque enfim, temos uma pátria. Temos pelo menos — um sítio. Um sítio verdadeiramente é que temos: isto é — uma língua de terra onde construímos as nossas casas e plantamos os nossos trigos. O nosso sítio é Portugal. Não é propriamente uma nação, é um sítio. Já não achamos mau! A Lapónia nem um sítio é: apenas unia dispersão de cabanas na vaga extensão da neve. Podemos pelo menos desdenhar a Lapónia. A miserável Lapónia!

Como a nossa organização é