Página:Uma campanha alegre v2 (1891).pdf/11

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mais rica, a nossa raça mais digna! Nós ao menos temos um sítio!

O que vai trazer à nossa terra, debaixo da sua capa, o digno Ano de 1872?

Trar-lhe-á a paz, como um folhetim monótono continuado da véspera?

Trar-lhe-á a guerra, como uma aventura emovente a marche-marche?

Trar-lhe-á, embrulhada num cartucho, a revolução?

Trar-lhe-á, no meio de um espantado oh! universal — uma ideia?

Trar-lhe-á entre os braços, para lhe depositar no colo, uma nova dinastia — de mama?

Trar-lhe-á, como um noivo para a fecundar, o exímio prelado de Viseu que recua e cora de pudor?

Atirar-lhe-á aos pés, como um mimo de Céu, Melício, melhor que os favos?

«Quem o sabe, quem o saberá?» diz o cuco da lenda.

Nem ele mesmo o sabe talvez, o Ano Novo! Os anos chegam desprevenidos, sem plano, e começam por tomar informações com os anos que saem. E então, pelas notas colhidas, como um dramaturgo, preparam os seus episódios! Ah! que diria o Ano