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seis) de governar o País — isto é, de ter a mão na chave da despensa. Quando se pertence a um partido...

— Pertencer a um partido, caro colega, vem a ser?...

— É meter-se a gente num ónibus que leva aos empregos — e a que puxa o chefe do partido, sempre com o freio nos dentes!

— Mas a questão da fazenda, dizia...

— É uma espécie de nó que todos, um por um, são chamados a desatar — e que cada um aperta mais.

— Sem nunca entalar os dedos?

— Bem ao contrário! A alguns fica-lhes na mão o pó da corda. Ora é com esse pó que se compram os melões.

— E o País, em que se emprega?...

— Nas secretarias. São salas onde homens tristes escrevem em papel almaço «Il.mo e Ex. mo Sr.» — para poderem jantar, e ter este acesso: aos 20 anos semi-inúteis, aos 30 inúteis, e aos 45 inúteis e semi.

— E de onde saem esses homens?

— Do liceu, que é um lugar com bancos, onde em rapaz se decoram bocados de livros — para ter o direito de não se tornar a ler um livro inteiro depois de homem.