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Pelo que vi pareceu-me que nem era uma monarquia, nem uma república — e que era apenas um chinfrim.

— Mas, Ano Velho, pelo menos há um rei?

— Há um, Ano Novo. Os jornais revelam de vez em quando a sua existência — contando que fora fotografar-se! É quanto se sabe da sua vida pública.

— Mas, esse rei reina?

— Reina — como quando se diz na descrição de uma sala: «no alto, ao pé da cornija, reina um friso dourado...

— E por onde se governa esse país?

— Este país tem a Carta, que se manifesta todos os meses nas músicas regimentais

— em hinos; e actua nas repartições de ano a ano — em suetos... É tudo o que o país sabe dela.

— E de que vive o país? Tem rendimentos, tem orçamento?

— Tem de menos, todos os anos, para pagar as despesas da casa — uns cinco ou seis mil contos. É a isto que eles chamam — as finanças. Cada ministério...

— Um momento! Eu sou um simples, um ingénuo, chego... O que é um ministério?

— É uma colecção de doze homens que se encarregam (seis trotando a cavalo atrás dos outros