Página:Uma campanha alegre v2 (1891).pdf/173

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afastasse o ornato administrativo — encontraria a miséria pública!

Em compensação a localidade, mal chegava el-Rei, punha a mesa. Não o deixaram examinar, respirar, estudar, escovar o pó. Jante! E os proprietários arrastavam-no, debaixo do pálio, para a pesada pompa das merendas minhotas. Não lhe mostraram uma quinta, um estabelecimento agrícola, uma fábrica, um edifício, uma paisagem, uma obra de arte, uma ideia — mostravam-lhe silenciosamente a perna de vitela. Faziam-no viajar, de mesa em mesa, por entre uma paisagem de colchas. Os srs. proprietários não supuseram que Sua Majestade fosse um espírito, uma curiosidade, uma observação — supunham só que era um estômago: ele vinha, dobravam os negócios, e desdobravam a toalha.

A província do Minho, de grande e gordo alimento, supõe que Lisboa amarelada e débil não come. Àquele que chega de Lisboa apressa-se a gente estimável — a fartá-lo.

Com Sua Majestade o cuidado foi tão exaltado que lhe deram bois vivos. Algumas câmaras desejariam substituir a cerimónia gótica da entrega das chaves — pela entrega dos bifes. Porque