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XXXII

Agosto 1872.

Á ALMA DE D. PEDRO IV, NOS ELYSIOS

Senhor:

Esta carta, a exemplo das que os humoristas de 1830 escreviam a Voltaire, que Vossa Magestade deve ahi conhecer, com o seu adunco perfil cortante e subtil, — é escripta na supposição que ha uma região cheia de silencio e de immobilidade, como a dos paizes Cimmerios, onde as almas vivem n’uma abstracção transparente, possuindo a vitalidade do espirito, sentindo, interessando-se, conversando e recebendo o seu correio. Doce deve ser esse logar: lagos calados como a neve; alamedas de myrto tranquillas como as vegetações dos sonhos; regatos mudos, que vão com a tranquillidade rithmica de um verso de Virgilio; sombras profundas como tumulos; e em tudo um repouso augusto e ineffavel. Que