Página:Uma campanha alegre v2 (1891).pdf/214

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lenta, cheia de poetas lyricos, e avida de baronatos. O Porto, pois, imperial senhor, lembrou-se por occasião da presença de el-rei, de fazer uma festa constitucional. Uma festa constitucional, para fazer perrice aos jesuitas. Porque ha cinco ou seis mezes o Porto foi tomado d’esta doença singular: o tedio, o terror, o odio ao jesuita. Aquella boa cidade ficou dos tempos de Vossa Magestade com os habitos de se bater. Vossa Magestade acostumou-os tão bem que elles não podem dispensar-se de ter um inimigo a vencer. Mas o Porto hoje, pacato, pansudo e pesado, pretende um inimigo commodo, que não obrigue ao peso da espingarda e ao frio das alvoradas, que se combata com palavras, artigos de fundo, versos e meetings. Ora o jesuita é um born inimigo, que não desarranja os habitos da digestão, a quem se dá batalha, conversando á porta do Moré ou em volta de um bock na Aguia d’Oiro. De sorte que o Porto adoptou o jesuita — como inimigo figadal. E combate o padre Couto. Vossa Magestade não conhece o padre Couto? nem nós: o padre Couto é uma reproducção barata do jesuitismo — para uso do Porto, Ah! Vossa Magestade imperial conheceu padres bem differentes: o grandioso frade crusio, vasto e burro, que enchia a caleça ao lado da qual trotavam