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se de decidir, a sangue-frio, com argumentos e boa gramática — se os maridos deviam matar suas mulheres. O Sr. Dumas tinha dito com o charuto na boca, folheando a Bíblia — mata-a! Outros, fechando a navalha no bolso, diziam generosamente: não a mates. Alguns vaudevillistas ensinavam entre um bock e uma pilhéria — vai-a matando sempre! E outros acrescentavam, expondo que era necessário estudar mais a questão e consultar dicionários: por ora não a mates!

E no entanto, de faca na mão, os maridos esperam.

Antes de tudo, não os escandaliza esta questão? Laplace, o antigo, o astrónomo, era um homem sereno e recolhido, firme como a ciência e tranquilo como a verdade.

Uma só coisa o fazia irritar e sacudir como uma juba o seu comprido cabelo à

Convenção: era ouvir um peralvilho da mocidade dourada, algum Incrível dos que tinham feito fechar o clube dos jacobinos e traziam a reacção entalada na alta gola do seu fraque à Barrás — falar de astronomia. Então o sereno Laplace rugia. Ora se alguma coisa deve irritar e fazer rugir, é ver os Srs. Dumas, d’Ideville, e outros galantes, falar e decidir,