Página:Uma campanha alegre v2 (1891).pdf/250

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sobre o adultério e os seus motivos, pedimos que observem o que se passa nos costumes.

O espectáculo é curioso, O adultério é um facto aprovado pela opinião. Querem a prova? No adultério entram — o sedutor, para que lhe dêmos este nome clássico, a mulher e o marido. Vejamos como eles mesmos se consideram a si: consciência própria e consciência pública.

Vejamos o sedutor:

Dizia Napoleão: o adultério que é um tão grande facto no código e na moral, não é na vida real mais que um entretenimento de baile ou uma distracção de teatro. Palavra profunda. O celibatário sentado na sua cadeira, num entreacto, enfastiado, fita uma certa mulher, que o fere pela cor dos cabelos ou pelo feitio da toilette: daí às vezes uma tragédia. No entanto o celibatário, o dândi, o leão, está na sua ocupação habitual. Não é para dissolver a família, provocar os desastres — que ele ali está de luvas gris — é para cumprir a sua elegância. Está nos costumes. Ninguém lho estranha.

O celibatário não é o carrasco oficial da felicidade conjugal. É uru bom rapaz, é um diletante,