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isto é, ter desorganizado um certo número de famílias, é na moral contemporânea um chique. Na moral antiga teria as penas infamantes da mutilação. Hoje é um chique. É mais: é um complemento de educação. Na Princesse Georges, a mãe, a marquesa, diz do príncipe de Birac: — um homem de bem que viajou e teve aquele número de aventuras que fazem parte da educação, mas teve-as no seu mundo.

Esta palavra é um traço fotográfico da opinião moderna. E quem o diz é uma mulher honesta, atenta à devoção. E aí temos pois que ter seduzido algumas mulheres casadas, é, na mocidade de um homem e para garantia do seu destino, tão indispensável como ter aprendido a gramática; e pode dizer-se das perfeições de um gentleman:

Deitou a perder uma mãe de família e sabe os verbos.

O homem que nunca teve uma amante casada e, segundo a apreciação mundana, ligeiramente ridículo, filósofo, caturra; nega-se-lhe a experiência feminina, e passa à situação hirsuta e florestal de bicho do mato: é a opinião dos cafés. E a opinião das salas não lhe é mais favorável: é considerado um inábil e um colegial sem valor; se ele não interessou nem fez palpitar ninguém é porque é sem espírito, sem originalidade, sem beleza, sem toilette