Página:Uma campanha alegre v2 (1891).pdf/57

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com uma simplicidade antiga, que todo o cidadão morto será sepultado no cemitério público.

No entanto, pelo progresso que estabelece, a portaria é excelente. Aos racionalistas não deve importar que o seu cadáver seja enterrado na parte do cemitério onde só há cruzes negras, ou naquela parte onde só há árvores verdes. (Têm mesmo a perspectiva de gozarem neste caso um fresco tecto de folhagens, que o vento e os pássaros encherão de doces murmúrios).

E à higiene, à polícia, à dignidade civil, o que importa é que os corpos sejam enterrados nos cemitérios, e não atirados para os cantos dos quintais — o que era uma degradação para o morto e uma infecção para o vivo!

no match

Agradecemos ao sr. ministro do Reino a sua portaria, resolvendo o enterro dos

ímpios nos cemitérios públicos. E — agradecemos — porque foram as Farpas que se insurgiram contra os escrúpulos e as resistências dos srs. eclesiásticos, perante o cadáver dos inbeatos e dos indevotos. A portaria estatui que haja no cemitério público, jazigo civil dos cidadãos mortos, um lugar para os corpos daqueles que, ou por dissidência de igreja como os protestantes, ou por diferença de religião como os israelitas, ou por princípios filosóficos como os racionalistas — sejam não-católicos. 0