Página:Uma campanha alegre v2 (1891).pdf/75

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não tem na mão o ceptro, mas traz na mão a bagagem; que não só deixou a realeza no Brasil, mas tomou-a sem cerimónia na

Europa! A mala é a tabuleta do seu incógnito! A mala diz: — «apertem-me a mão, tratem-me por Pedro, e não me toquem o hino!» A Europa olhava-lhe para as mãos, via-lhe a mala, e dizia logo: — «Ó aquele, que tal te dás por cá?» O Senhor Pedro trazia a mala para que o não confundissem com Sua Majestade. Aquilo significava: — «reparem que não sou Ele». À entrada das cidades, aproximavam-se deste Príncipe ilustre os cortejos oficiais; mas Sua Majestade mostrava a mala — e imediatamente as autoridades desabotoavam os coletes! Os camaristas dos outros reis iam beijar-lhe a mão; mas Sua

Majestade descobria a mala — e os cortesãos davam-lhe logo, alegremente, palmadas doces no ventre.

Se Sua Majestade percebesse que uma só mala não bastava para mostrar o seu desejo de sem-cerimónia, Sua Majestade era homem para tomar — duas malas! Se a etiqueta insistisse, Sua Majestade deitaria ao ombro — um baú! Em Portugal, como receasse recepções aparatosas à entrada — Sua Majestade acrescentou à sua mala um guarda-sol, e ao seu guarda-sol um embrulho! Foi assim que o viram descer do vagão os povos perplexos! E se não tivesse havido a precaução de retirar apressadamente