Página:Uma campanha alegre v2 (1891).pdf/83

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do capelo é uma festa que reclama os requintes de toilette — onde estão as rosas, os gelados, as jóias nos colos nus, o rumor dos flirts, as caudas de seda ondeando na valsa? Se o capelo é um sarau galante, porque é que o Sr. Dr. Brito, de direito, nos priva do maravilhoso contorno do seu seio, trazendo batina — afogada?

Porque não vemos os srs. lentes jubilados moverem os leques com a mão calçada em luva de 16 botões? E porque é que o Sr. Forjaz não dirige os arrebatamentos do cotillon? Ah, quereis toilette? Valsai! — Quereis gravatas brancas? — Oferecei gelados! —

Quereis luvas cor de palha? — Amai, venerandos doutores!

Mas para aturar uma enfiada de carões sorumbáticos e de batinas caturras, imóveis num estrado; para ouvir uma charanga torpe dilacerando a grandes golpes de figle um minuete da Srª D. Maria I; para admirar quatro archeiros sebáceos perfilados entre ramos de louro murcho — quereis vós que a gente ponha gravata branca e um jasmim do

Cabo na lapela? Pois não vemos aí os senhores de Teologia, antigos egressos espapados de gordura, com as suas velhas lobas enodoadas? Não vemos os senhores de Direito, antigos comentadores do Pegas, com os seus sapatos achinelados? — Quando foi que a

Universidade teve jamais a curiosidade e o respeito da toilette? Ela que ainda há pouco levava ao cárcere os