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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/101

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— Bem, com os meus inimigos apareceu ultimamente um devotado defensor da minha causa e esse defensor, quando, na picada, salvou a Branca e a Rosalina, matou um negro, que eu não vi..., mas quem era possível que ele fosse?... Mais um fato a justificar as minhas desconfianças. Entretanto... ante-ontem o golpe do meu protetor não abateu um negro... mas um branco.

"Fiquei nadando em um mar de dúvidas. Senti o meu espírito se revoltar. Que culpa pretendiam fazer-me expiar? Quem eram os infames que me perseguiam? Tive a idéia de ir procurá-los. O aviso, de que vos falei hoje, me decidiu... eu partir e... tenho agora a solução da questão.

"Vós me perguntastes se eu não os conhecia. Conheço-os, são aqueles perversos que escaparam das mãos da polícia, há pouco mais de dous anos, e outros que a eles se uniram pelo interesse único que pode ligar dous bandos de salteadores... São uns miseráveis! Uns miseráveis, que, vós o sabeis, têm intenção de roubar-me, assassinar-nos a mim e a Branca e de..."

O padre Jorge, tapando com os dedos a boca do amigo, não o deixou acabar. Rosalina estava perto.

Alguns segundos de silêncio seguiram-se às últimas palavras de Eustáquio. Depois o padre Jorge, inclinando a cabeça para o peito, recaiu nas suas meditações.

— Tudo, tudo, disse então Eustáquio, suspirando, tudo se esclarece, exceto o mistério que encobre o meu protetor!...

O padre Jorge, com a cabeça caída, olhou para o amigo