Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/104

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— Está passeando... Não é?

— Estou, como o senhor, disse-me ele.

"A explicação dada não era muito aceitável. Eu porém não pedi-lhe outras e, depois de vê-lo entrar na sua habitação, voltei para a minha...

"Disse que o tal vulto era um menino. Era-o de fato... Um rapazinho louro, que está em S. João do Príncipe pouco mais há de dous anos... O filho de um naturalista francês, que lá o deixou quando passou pela povoação e que agora percorre o norte desta província, à cata de plantas desconhecidas ou raras, dando expansão ao seu gênio, que ele mesmo chama aventuroso."

— Otávio Dugarbon! gritaram uníssonos Eustáquio. sua mulher e Rosalina.

— Sim, Otávio Dugarbon, confirmou o padre Jorge. Era ele.

"No dia seguinte, pelas seis horas da manhã, eu o vi de novo. Chamei-o. Ele veio à minha casa. Beijou-me respeitosamente a mão e me interrogou com os olhos.

— Você quer saber, disse-lhe eu, depois que nos assentamos, porque o chamei. Não é?" - Sim senhor, respondeu ele.

— Eu tenho desejo de saber o que fazia você, ontem à noute, fora de casa... Diga a verdade... Eu não creio na tal história de passeio com que me quis iludir ontem.

"Otávio abaixou o rosto, que lhe enrubescera e ficou calado, olhando para as mãos.

"Julguei que o houvesse ofendido.