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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/103

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— Coitadinha murmurou o padre Jorge, vendo a alegria que se apossara de Rosalina.

— Eustáquio, continuou ele, tu desejas saber quem 6 que te tem defendido... vou dizer-to; porém hás de prometer-me uma cousa: não procurar o teu defensor e esperar paciente que ele de modo próprio se apresente.

— Prometo!

— Tenho a tua palavra... Vou falar...

Eustáquio, Branca e Rosalina chegaram-se para o padre e esperaram com ansiosa curiosidade que ele falasse.

— Na noute de 13 deste mês, começou ele, o calor que fazia não me deixava conciliar o sono. Eu levantei-me pelas onze horas e saí da casa. em busca de ar fresco. Pus-me a vagar pelas vizinhanças da minha morada. Alguns minutos depois ouvi um rumor estranho. Àquela hora a noute estrelada ainda carecia de lua, mas não estava escura. Eu vi um vulto passar correndo a alguns passos de distância do lugar onde eu estava. Quem seria? Acabava ele de entrar na povoação, ou ia sair dela?

"Com a curiosidade despertada, eu encaminhei-me rápido para a viela onde vira o vulto desaparecer. Avistei-o ainda andando depressa e voltando repetidas vezes a cabeça. Ele deu com a minha presença, pois que, afrouxando os passos, saudou-me:

"- Boa noute, senhor padre.

"Eu conheci-lhe a voz.

"- Boa noute, meu filho, respondi.

"E, admirado de ver o menino a tais horas fora de casa, continuei: