Saltar para o conteúdo

Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/42

Wikisource, a biblioteca livre

Já alto estava o sol e um dia esplêndido iluminava as matas do Amazonas.

— Que houve?! exclamou Eustáquio, avistando sua mulher e Rosalina, que corriam para ele, pálidas e exprimindo terror nos semblantes alterados.

— Que tem você, Branca?

— E tu Rosalina?

A jovem profundamente impressionada, não pôde responder e caiu em uma cadeira, meio desmaiada, mas a orfãzinha, ao mesmo tempo que acudia as necessidades da sua protetora, abatida pelo susto, narrou circunstanciadamente a Eustáquio o seu perigo e a imprevista salvação.

— Realmente é ameaçador o aspecto que tomam de novo as cousas, disse ele.

"Vejo agora que a tranqüilidade dos nossos últimos tempos foi uma aparência enganadora e um laço que nos armaram que se desvela hoje.

"Venham os miseráveis que não nos encontrarão de braços cruzados!

"Somos perseguidos porém o que é notável é que possuímos um defensor."

— Quem, tão a propósito, estaria colocado nos ramos para vos salvar, a ti e a Branca? E...

— Rosalina, não percebeste cousa alguma nos galhos?

— Não, senhor, nada vi senão reluzir a faca que prostou o malvado, cujo cadáver deve jazer na estrada.

— Houve um salvador intencionado, é certo, acrescentou o ex-subdelegado, mas não consigo adivinhar quem seja o amigo que vela sobre nós.