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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/43

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Ditas estas palavras, Eustáquio calou-se, fixou a vista sobre um ponto do soalho e levou um momento como que inquirindo a memória.

— Que homem, dizia ele, terá interesse em defender-me com sacrifício próprio? Será o padre Jorge? Isto é tolice... um pobre velho.

"É verdade que não deixo de ser estimado na povoação porém não vejo quem, a não ser o meu excelente padre, leve essa estima até a dedicação..."

Na cozinha trabalhava Ruperto, esfregando umas facas, e de sobre o fogão subiam filetes de odorífero fumo deixado escapar pelas janelas mal fechadas, onde fervia ruidosamente o almoço.

O escravo, ao chegar o senhor, levantou a cabeça, continuando diligentemente o trabalho.

— Vem daí, disse-lhe Eustáquio, e segue para S. João do Príncipe. Lá dirás ao padre Jorge que me envie os paraenses que já aqui estiveram, há talvez dois anos. Convém que tomes o cavalo para maior segurança e presteza.

Logo em seguida um robusto animal relinchou no roseiral e, montado pelo escravo, internou-se pela picada em trote rápido.

Depois de sepultado o cadáver do que sucumbira ao golpe de um anjo tutelar, os engajados reentraram em casa do protetor de Rosalina, e este, observando que os atentados iam tendo já lugar em pleno dia deu começo à construção de uma sólida