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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/53

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Apesar de simples possuía a câmara tudo o que se podia desejar por sua utilidade.

Duas janelas, das quais só uma estava aberta, delineavam-se na parede fronteira à porta.

Dessa mesma parede e de outra que a encontrava caía como um crescente uma rede, cujas franjas tremulavam ao frescor da noite, e aos pés da rede havia uma pequena mesa coberta de livros empilhados em cima da qual brilhava uma luz.

Colada a outra parede via-se uma cama coberta por uma colcha de florões coloridos mas desmaiados, leito habitual de Eustáquio, que, diferente dos outros habitantes do norte, gostava pouco de rede.

O marido de Branca assentou-se na rede do quarto a qual depois de duas oscilações ficou imóvel, ao menos tanto quanto Eustáquio, pois mergulhara-se este em uma dessas meditações insondáveis que paralisam o físico.

Sentia encher-se-lhe a boca de brados de ódio contra os seus cruéis perseguidores. Tinha lembrança de chamar em seu auxílio a polícia de Manaus, mas carecia de meios para isso. Acreditava na sua superexcitação que podia pela sua influência mandar exterminar os bandidos por todos os moradores de S. João do Príncipe, porém logo abandonava essa crença; e, encontrando alívio quando lhe vinha à memória o seu defensor desinteressado, dizia:

— Oh, homem querido, aparece! Quero te abraçar! agradecer!

Logo depois pensava na partida que o bem estar da família