exigia. Rompiam-lhe dos lábios palavras que eram os coriscos da eletricidade do seu cérebro.
— Os infames, dizia, querem forçar-me a fugir... E donde! Da minha casa! Eu! Deixar o que me pertence, meus amigos, o meu teto, minhas recordações! Nunca! Mas, ah! Branca deseja partir... E tem razão... tem medo. Eu também já quis sair desta casa, pois estava aterrado. Acabei por mudar de resolução, porém Branca não mudou...
"Talvez me submeta a sua vontade, mas antes disso vou tentar uma cousa... Tenho um plano... Não conto, infelizmente com o inepto subdelegado; irei pois, só com os paraenses. Hei-de ir! Hei-de ir, e hei-de saber ao certo quem me persegue. Ah malvados!"
Ia-se tornando tarde, porém, Eustáquio não estava em si, não via as horas.
A sua meditação intercortada de frases já durara algum tempo. Ele ergueu-se e foi para a cama com a intenção de dormir. Conseguiu apenas deitar-se, levantando-se logo a retomar na rede o seu primitivo lugar.
Aí, com as mãos cruzadas sustentando a testa e com os cotovelos enterrados nos joelhos, permaneceu ainda.
Deu-se então uma circunstância mui importante, que o marido de Branca teria notado se a sua atenção não se achasse tão longe do seu quarto.
Acima do parapeito de janela aberta, que se alargava no fundo como uma tela negra, apareceu a extremidade de uma vara e quase imediatamente desceu.
Mais ou menos às cinco horas da madrugada principiou