o dia a despontar. Eustáquio, sem mesmo saber como passara a noite, chegou-se à janela.
A vidraça estava suspensa, ele inclinou-se para respirar as exalações do prado.
Viu a estrela d'alva cintilando um pouco por sobre a montanha, cuja base jazia ainda nas trevas, e aos últimos clarões da vela que já desaparecia, vacilando no orifício do castiçal, reunidos à luz lívida e fraca que começava a se espalhar pela planície, distinguiu um pedacinho de papel sobre a janela.
Estava umedecido pelo orvalho e Eustáquio querendo retirá-lo rasgou-o em dous.
O ex-subdelegado, que não dera ao papel grande atenção, viu logo algumas letras e ligando as duas porções leu este aviso, laconicamente amedrontador:
Sentido! Ides ser atacado seriamente.
Um amigo.
— Ainda o meu defensor! exclamou Eustáquio, é ele quem me dá uma notícia. Porém o que ele diz é incrível!
Releu cuidadosamente o aviso e voltando-se para a janela gritou:
— Por quem és, ente das sombras, apresenta-te, que te quero entregar a minha vida em recompensa da tua dedicação!
Mas quem depositara o papel sobre a janela já ia longe. Branca que ouvira as vozes do marido já estava no quarto e perguntava:
— Que papel é esse?
Eustáquio escondendo o papel olhou espantado para a