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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/56

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mulher e só depois de alguns momentos disse:

— Não é nenhum escrito importante.

— Não creio, quero ver, tornou Branca, aproximando-se do marido.

— Eu não lhe queria revelar, mas se o exige, leia, terminou Eustáquio entregando a Branca os dous pedaços de papel.

A moça, naturalmente medrosa empalideceu à vista do aviso e não pôde deixar de perguntar quem o entregara.

— Que homem benfazejo! disse, quando obteve resposta.

Pouco depois ouviu Eustáquio dizer-lhe:

— Branca, é impossível partirmos já, porque nem há embarcações agora, no povoado, mas hoje à noute eu irei examinar essas matas a fim de tirar as onças do esconderijo...

— Não, eu não consinto! gritou ela, não deixarei você arriscar a vida inutilmente.

— Inutilmente! Então você acaba de ler o aviso e não vê que estamos em perigo! Quer que morramos todos? Eu irei e hei de ser prudente.

— Ah! Vá, mas eu ficarei tremendo.

— Tenha paciência, minha Branca, é a única cousa que posso fazer. Ir atacar antes de ser atacado.

Retirou-se Branca deixando Eustáquio a ruminar o plano da exploração.

Pelas três horas da tarde o tempo mudou. Uma poeirinha líquida começou a cair.

— O tempo é o mais propício possível para a minha expedição, observou Eustáquio.