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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/62

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— O que é que quer?

O mais moço vendo que o companheiro não estava disposto a se levantar, largou no chão a espingarda e segurando-lhe os ombros, sacudiu-o com toda a força. As sacudidelas tiveram bom efeito, pois o mais velho pôs-se de pé e, estendendo os braços acima da cabeça, curvou-se para traz como que se desentorpecendo. Em breve viu-se tão acordado como o mais moço e ambos fizeram uma volta pela clareira, atirando lascas de pau sobre as brasas.

As labaredas cresceram de tal modo que Eustáquio quase foi forçado a deixar o seu posto de observação. O calor já era intolerável, os exploradores suavam por todos os poros, mas, algumas palavras que então ouviram os decidiram a não abandonar o lugar nem que as chamas os atingissem. O assunto da conversação dos negros justificou-lhes a curiosidade.

— Então, José, disse o mais velho, você me falou ainda agora na vingança de amanhã, mas não disse a que horas devemos atacar a casa.

— Oh não sabes? Isto é demais!

— Por que?

— Porque não há aqui quem ignore, devias saber.

— Mas não sei. Diga-me, se quer.

— É de manhã bem cedo. Sabes agora?

— Muito cedo mesmo?... assim não terei tempo de dormir.

— Cala a boca, rei das preguiças! Só cuidas em dormir. Pois hás de estar pronto a qualquer hora, senão... Olhe.