Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/64

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de acordar-te ao romper do dia, hás de matar gente, hás de ajudar-nos a agarrar a tal pequerrucha... Isto é amanhã, depois... veremos.

Eustáquio e os seus companheiros, possuídos de indignação contra o perverso, mal se continham.

— Qual será a gente que eles pretendem matar? Quem será a tal pequerrucha? perguntou o esposo de Branca, de si para si.

Meditou um pouco e, com as pálpebras úmidas, interrogou o céu, que as folhas deixavam entrever-se.

Os paraenses mordiam os lábios e fechavam os punhos apertando as armas.

Um deles, até em um desses movimentos convulsivos, calcou o gatilho e desarmou a espingarda.

Teria soado uma detonação, se a espoleta não houvesse felizmente caído. Todavia ouviu-se um forte estalido.

— Quem anda lá por cima? gritou o negro mais moço. Os exploradores sentiram calafrios.

Estavam descobertos, e talvez perdidos, porque, logo que o negro gritou, um homem branco que dormia se agitou, atirou a capa para um lado e ergueu-se, perguntando:

— O que temos? Hein, José!

O escravo, poucos segundos antes tão altivo e insolente, tornou-se humilde e, com os olhos baixos, respondeu a meia voz:

— Ouvi um ruído ali por cima.

— Hás de verificar o que foi, continuou o que se despertara, num tom imperioso. Mas, antes disso... Já me ia