Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/67

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chegou a parar com os caboclos, e mandou aprontar armas, mas também nesse momento os malfeitores pararam e os exploradores ouviram a voz arrogante do mesmo homem branco da clareira:

— O patife, disse ele, vai entrar no povoado... e está livre. Vai nos fugir como tem fugido sempre.

"Voltemos!"

O marido de Branca não compreendeu de quem falavam os seus inimigos, e somente conheceu que tomavam os exploradores por uma só pessoa e renunciavam a persegui-la.

— Isto é melhor, falou ele consigo mesmo, ao ver os malfeitores se afastando pouco a pouco.

Instantes depois saíam, Eustáquio e os seus companheiros, da floresta. Sentiram o rumor vago e sereno que durante a noite parece pairar na superfície sossegada dos grandes rios. Estavam à margem do Iapurá. O lado oposto do rio aparecia como uma sombra horizontal e se confundia com as águas. A esquerda os exploradores tinham o povoado. Nenhuma luz brilhava nas janelas, dos seus casebres.

Tudo dormia.

Entraram na povoação possuídos desse respeito irresistível que se apodera de que vagueia a horas mortas.

O silêncio da noute nenhum dos homens teve ousadia de quebrar.

Costearam o rio e algumas casinhas. Chegaram ao largo principal. Nessa ocasião um paraense divisou através das frestas de uma porta mal fechada a chama sangüínea de uma candeia.

Era na morada do padre Jorge.