Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/68

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Eustáquio bateu com as unhas nas tábuas carunchosas da porta. A porta cedeu, apresentando-se logo o sacerdote.

Ambos, sem outros cumprimentos, abraçaram-se com efusão.

— Donde vens, querido Eustáquio, perguntou o padre, coberto de lama, coberto de rasgões, e coberto de armas?... E acompanhado dos meus paraenses? Quase não te conhecia!

"Assenta-te ao meu lado e me conta o que houve...

"Vós todos estais sinistros!"

— As circunstâncias o exigem, respondeu Eustáquio.

"Vós sabeis dos tristes acontecimentos que tem havido em minha casa, mas não sabeis que na manhã de ontem... pois que são três horas da manhã de sexta-feira..."

— Oh! interrompeu o padre Jorge, julgava que ainda fossem dez horas da noute de quinta-feira... estava tão entretido na leitura da história de Napoleão Bonaparte...

E apontou para um alfarrábio que estava aberto sobre uma velha mesa junto da lâmpada.

— Como dizia, continuou Eustáquio, na manhã de ontem recebi por um modo extraordinário aviso de que ia ser atacado pelos meus velhos perseguidores.

"Ora, isto assustou-me, e decidi-me a empreender uma viagem de reconhecimento, que teve os melhores resultados, como ides ver:

"Depois de percorrer a mata encontrei os tratantes.

"Uma árvore serviu-me de observatório e dela me foi possível ouvir dizer que a minha morada, hoje, ao romper