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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/81

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se até a habitação do subdelegado. Aí devastavam tudo. Matavam o gado que dormia no curral, roubavam animais, destruíam plantações e retiravam-se depois para os antros tenebrosos dos bosques.

Assim eram as excursões dos negros.

Se o subdelegado, em quem já terá o leitor reconhecido Eustáquio, se Eustáquio, aterrorizado por essa perseguição misteriosa, tomava providências mais sérias, os malfeitores suspendiam-na e se ocultavam. Reapareciam depois mais terríveis e audaciosos. As primeiras perversidades, faziam-nas de noute, passaram a cometer crimes à luz do sol.

Emboscados à beira da picada de comunicação entre S. João do Príncipe e a morada de Eustáquio, viram aproximar-se um escravo deste. Vinha do povoado. Deixaram-no passar, mas esfaquearam-no pelas costas. No mesmo lugar assassinaram pouco tempo depois um pobre soldado de polícia.

Na realização deste último atentado perderam um companheiro. Esse fato fê-los desanimar e voltar sua atenção para empresas de menos perigos e mais proveitosas deixando o subdelegado em paz.

Só dous anos, porém, durou a tranqüilidade para Eustáquio.

Os negros já quase dele se haviam esquecido. Viviam errantes, cometendo pequenos roubos em lugares distantes uns dos outros, para não despertarem desconfiança.

Depois de uma das suas mais ricas colheitas, estavam eles um dia de manhã, reunidos no meio de uma floresta úmida e escura, onde a luz diurna, passando dificilmente