Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/95

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Os bandidos transpuseram algumas habitações e pararam.

— Ouço vozes, disse então um deles.

— Há gente no largo, afirmou outro.

— Precaução! disse um terceiro.

E prosseguiu, abafando a voz, como haviam feito os seus companheiros:

— Passemos adiante como pacíficos lavradores, que se levantaram cedo e vão ao campo.

Os malfeitores continuaram a atravessar o povoado e chegaram ao largo. Aí viram várias pessoas que caminhavam no mesmo sentido que eles.

No meio delas estava o padre Jorge, que eles conheciam. Os espanhóis o cumprimentaram. Em seguida, reconhecendo Eustáquio no meio do grupo, saudaram-no da mesma forma.

Quando iam sair pelo lado oposto da povoação, o padre Jorge os chamou e disse-lhes:

— Meus amigos, bem vejo que sois homens do campo, mas creio que apesar disso sabeis descarregar uma espingarda. Temos necessidade de companheiros valentes para repelir alguns salteadores. Quereis unir-vos a nós?

Os malfeitores disfarçados ficaram mudos e indecisos.

O amigo de Eustáquio viu-os se olharem entre si.

O acaso, tantas vezes favorável aos malvados, vinha de tal modo simplificar-lhes a missão que eles estavam estupefactos.

— Se é por medo que hesitais, disse o padre Jorge, nada...