e conto que anuirás a este desejo, ou antes súplica de teu irmão.
Minha irmã! Minha Luísa! Muito me tens a perdoar; porque gravíssimo é o mal que te hei feito; mas és boa, teu coração não pode alimentar ódio por aquele que foi sócio dos teus jogos infantis, e que na juventude te amou com essa doçura fraternal, que só tu compreendias; porque eram gêmeas as nossas almas.
Luísa, minha doce irmã, porque me tornei eu mau e odioso a meus próprios olhos depois que tomaste Paulo B. por esposo? Por quê? Nem o sei eu! Talvez o desejo que sempre tive de dar-te uma posição mais brilhante, como muitas vezes te fiz sentir. Malograste, no entretanto, as minhas intenções, esposando esse homem, que...
Esse foi o teu crime, crime que eu nunca te haveria perdoado, se o céu se não incumbisse desta conversão, que sem dúvida te há de admirar; porque a mim mesmo me admira.
O mais dir-te-ei vocalmente; porque só deve esta preceder-me uma hora. Adeus.
Teu afetuoso
FERNANDO.
— Meu Deus! – exclamou a viúva de Paulo B. após alguns momentos de silêncio – Que quer dizer isto? Esta conversão! Oh! Não o compreendo. Úrsula, minha filha, não sei por que aperta-se-me o coração à aproximação dessa entrevista. Fernando, meu irmão! O teu ódio ainda não estará vingado?!
Mas – continuou a pobre mulher – ele me fala de perdão: Deus! Será possível que se haja arrependido, e que o meu s