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soluços que não podiam envergonhá-los.

Alguns momentos depois estavam à porta da casa onde haviam deixado Úrsula, lacrimosa, porém cheia de lisonjeiras esperanças, e Luísa B., suposto que ao aproximar-se da morte, todavia feliz pela futura felicidade de sua filha. Mas essa porta estava fechada, um sinistro pressentimento afetou o coração de ambos. Bateram e ao abrir-se a porta só Susana apareceu, que vendo-os disse:

— Podeis entrar. – E as lágrimas lhe espadanaram pelo rosto.

Tancredo e Túlio olharam-se em silêncio; esse choro não o compreendiam eles.

— Chorais? E de que, mãe Susana? – perguntou Túlio, beijando-lhe respeitoso a mão.

— Meu filho, – soluçou a velha – tudo para mim acabou! E a pobre menina lá foi sozinha ao cemitério orar sobre a sepultura de sua mãe!

— Úrsula? – perguntou Tancredo, rompendo o seu morno silêncio. – Morreu a senhora Luísa B.?

— Oh! Parece – tornou Susana com amargo dissabor – que aquele maldito homem jurou exterminar esta infeliz família!

— De quem falas, Susana? Quem é esse homem? – perguntou ansioso o cavalheiro, coligindo por estas palavras que alguma desgraça havia sucedido.

— De quem falo, senhor? Ah! É do senhor comendador P.!

— Dize-nos o que aconteceu. Mas primeiro que tudo, onde está Úrsula?

— Saiu, meu senhor, haverá uma hora, e proibiu-