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de Paulo Gonçalues d'Andrada.
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Ao ouro.


VII.


I.


LOuro metal, que la do centro eſcuro
Da terra que no centro te eſcondia
Saiſte a ver o dia,
Por mãos do ferro, mais que o ferro duro,
E mais que o ferro artifice de guerra,
Tiraniſando a terra
Soberbo foſte, bradamente forte,
Adquirindo o poder da propria morte.

II.


Indigno foy de nome generoſo
Quem penetrando abòbadas eſcuras,
Vio das entrañas duras,
Da terra, anatomiſta riguroſo.
Os reconcauos intimos, adonde
Puſta, a terra te eſconde,
Pois, crendo que a teu jugo ſe redime,
Entre grilhoens de marmore te oprime.

Em