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VERSOS DA MOCIDADE
No olhar com que nem me fitas,
Noute, noute sempre escura
— Cheio de ilusõis bemditas,
Sonho auroras de ternura.
Quando acaso me acontece
Ouvir-te a fala suave,
Enlevado, me parece
Que a vida é um gorjeio de ave.
Nesta tristeza em que eu ando
Tua voz canta em minha alma
Como um rouxinol cantando
Dentro de uma noute calma.
Passas, e eu vejo-te; falas
E ouço-te a voz: e esse pouco
Enche de esplendidas galas
Toda a minh’alma de louco.
Mas vais-te — e vai-se comtigo
Tudo quanto, num momento,
A minh’alma, esse mendigo
Sonhou num sono ao relento...