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Página:Versos da mocidade (Vicente de Carvalho, 1912).djvu/66

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VERSOS DA MOCIDADE



Os esqueletos brancos das montanhas
Sob o veu transparente das neblinas
Vão dezenhando aparições estranhas...
Têm a tristeza vaga das ruinas
Os esqueletos brancos das montanhas.

Quebra a funerea solidão que dorme
Em torno, apenas e de quando em quando,
O fantasma de um urso, horrendo e informe,
Os vagarozos passos arrastando
Pela funerea solidão que dorme...

Assim pareces tu, palida e fria;
Formoza filha de Albion nevoenta!
Rosto onde não resplende uma alegria,
Alma onde uma ternura não rebenta,
Assim pareces tu, palida e fria.

Nunca um raio de amor iluminou-te
O arido seio, o coração de pedra;
Nenhuma estrela te clareia a noute,
Nenhuma roza no teu seio medra,
Nunca um raio de amor iluminou-te.