Página:Versos da mocidade (Vicente de Carvalho, 1912).djvu/91

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III
O SOL

Nesta prizão da minha órbita estreita, passo
Anos, seculos, toda a eternidade!... O espaço
— Rede de fios de ouro em torno se me enrosca
Como teia de aranha encarcerando a mosca.
A minha vida é bem a vida condenada
De um cativo infeliz numa prizão dourada.
Pelo tempo sem fim, cançado e solitario,
Refaço eternamente o mesmo itenario...
Se eu pudesse vogar no espaço livremente
Ir boiando, boiando á toa, na corrente