immortaes Lusiadas,
é sem-dúvida a heterogenea
e heterodoxa mistura da theologia com a mythologia,
do maravilhoso allegorico do paganismo,
com os graves symbolos do christianismo.
A fallar a verdade, e por mais figas que a gente
queira fazer ao padre José Agustinho — ainda
assim! ver o padre Baccho revestido in pontificalibus
deante de um retabulo, não me lembra
de que sancto, dizendo o seu dominus vobiscum
provavelmente a algum acholyto bacchante ou corybante,
que lhe responde o et cum spiritu tuo!..
não se póde; é uma que realmente... E
então
aquelle famoso conceito com que elle acaba, digno
da Phenix-Renascida:
O falso deus adora o verdadeiro!
Desde que me intendo, que leio, que admiro os Lusiadas; interneço-me, chóro, insuberbeço-me com a maior obra de ingenho que ainda appareceu no mundo, desde a Divina-Comedia até ao Fausto...
O italiano tinha fé em Deus, o allemão no scepticismo, o portuguez na sua patria. É preciso crer em alguma coisa para ser grande — não so poeta — grande seja no que for. Uma Brizida