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saber a morte de que se morre, do que expirar na ignorancia do mal que nos matou.

Tu es joven e inexperiente, a tua alma está cheia de illusões doces; vou dissipar-t’as em quanto se não condensam, que te offusquem a razão e te deixem para sempre escrava cega do maior inimigo que temos, o coração.

Quero contar-te a minha historia: verás n’ella o que vale um homem.

Sabe que os não ha melhores que eu; e tam bons, poucos. Olha o que será o resto!

Tu não ignoras ja hoje o porque fugi da casa materna: sabía-a manchada de um grande peccado, e imaginei-a polluida de um enorme crime.

Esse homem que é meu pae, não o podia ver; hoje que sei o que me elle é... Deus me perdoe, que ainda o posso ver menos!

Minha avó, julguei-a cumplice no crime; ella so o era no peccado. Perdoe-lhe Deus; e bem