Página:Viagens na minha terra, v2 (1846).pdf/215

Wikisource, a biblioteca livre
— 205 —


adorava, eram os teus olhos verdes que eu tinha n’alma! Os sentidos todos embriagados d’aquelle perfume de luxo e civilização que me cercava, — era o nosso valle rustico e selvagem o que eu tinha no coração...

Oh! eu sou um monstro, um aleijão moral devéras, ou não sei o que sou.

Se todos os homens serão assim?

Talvez, e que o não digam.

Joanna, minha Joanna, minha Joanninha querida, anjo adorado da minha alma, tem compaixão de mim, não me maldigas. Não quero que me perdoes, nem tu nem ninguem, que o não mereço: mas que tenhas dó e lástima de mim.

Ai! que isso mereço eu, oh sim.

Deixa-me parar aqui. Falta-me o ânimo para me estar vendo a este terrivel espelho moral em que jurei mirar-me para meu castigo, d’onde estou copiando o horroroso retratto de minha alma que te desenho n’este papel.