nutridas aclamações se fizeram ouvir.” Vivam as vacas! Acrescentou Gonzaga.
Seguiu por diante a sua leitura e, em certo ponto, disse-me:
— Observa este pedacinho: “vieram alguns individuas ‘nelore’... destacando-se um pelo belo porte e excepcional beleza...”
Abaixou o jornal e considerou:
— Imagina tu quantas vacas amorosas não o esperavam em Uberaba.
A tia, a esse tempo, repreendeu-o:
— Que é isso, Manuel, acaba de jantar!
O jantar daí por diante correu calmamente, sem a intervenção do gado zebu. Aproveitando o incidente, D. Escolástica pôs-se a narrar-me a estranheza da vida do sobrinho. Não parecia um velho, não tinha horas para nada, não tinha método algum. Comia a toda hora; levantava-se alta noite e saía; passava dias fora de casa, com um e com outro. Parecia verdadeiramente um cigano, desses que vivem ao Deus dará.
— Não sei ainda como vives, rematou D. Escolástica com aquele seu ar natural e untuoso.
— Ora! fez ele.
— Há dias que ele me chega aqui, continuou D. Escolástica para mim, à meia noite...