Página:Vida e morte de M J Gonzaga de Sá (1919).djvu/112

Wikisource, a biblioteca livre

flores, gritos... A Stoltz hesita, afinal põe o emblema na cabeça. Que mulher! Nem que fosse uma rainha!

E eu refletia comigo mesmo sobre a ingenuidade daquela sociedade; e D. Escolástica continuava:

— Parecia uma palma só — todas ao mesmo tempo...

— Meses depois, vinham as descomposturas, as perlongas parlamentares, os epigramas — não foi, Escolástica? observou Gonzaga.

— É verdade. Tudo aqui é assim: muita festa, muita festa, depois...

— Houve até uns versinhos, continuou Gonzaga, que ficaram famosos. Diziam-nos do Francisco Octaviano:

Que importa que digam que é velha, que é feia
Que pinta os cabelos, que enfeita o carão

Gonzaga de Sá tinha lágrima nos olhos e a tia olhava para o teto cheia de beatitude. Admirei-me e disse:

— Como te lembras!

— Ora!... A cidade os soube de cor durante dez anos.

— O Lírico foi sempre o nosso fraco, refleti.