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Página:Violeiros do norte (1925).djvu/166

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E accrescenta:

No mesmo trem vinha um velho
Que, ouvindo a conversação,
Quando o sujeito falou
Do Padre Cicero Romão,
Chegou-se um pouco pra perto
Pra dar melhor attenção.

O velho tira do bolso
Um enorme tabaqueiro
E diz, tomando a pitada:
— “Me desculpe, cavalleiro,
Mas onde eu estou não se fala
Do Padre do Juazeiro!”

Estabeleceu-se, então, o debate vehemente. Ia em meio a porfia acalorada, quando o catholico fala na “Santa Cruz”. Commenta o protestante:

Não pode ser santo o pau
Em que Christo padeceu!
Isto é mentira de Padre
Ou do burro que o escreveu...
A Cruz não pode ser santa:
Santo é quem nella morreu!

Mas o catholico insiste:

Tudo de Jesus é santo:
A mangedoura em Belém,
O seu refugio sagrado
Dentro de Jerusalem,
O Monte Calvario é santo
E o seu sepulcro tambem.

Isto faz com que o protestante argúa, ironico: