Página:Violeiros do norte (1925).djvu/44

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Quando, curioso de conhecer o folklore parahybano, deliberei percorrer de leste a oeste a Parahyba, para o que entrei em Cabedello c sai em Cajazeiras, tive de me demorar alguns dias na capital do Estado. Vi-me, então, presenteado com uma collecção de quadrinhas populares pelo jovem jornalista Adhemar Vidal, redactor d’“A União”. Vezes sem conta, tive ensejo de verificar serem effectivamente populares todas as quadras prefaladas, muitas das quaes, entretanto, não eram ineditas e outras já eram de meu conhecimento. Pertenciam a essa collectanea as quadrinhas abaixo transcriptas:

Antão, meu querido Antão,
Me responde já e já:
Perdeste teu coração
No bairro de Tambiá?

Menina, quando eu te vi
Na rua, á primeira vez,
Botei joelhos em terra,
Bemdizendo a quem te fez.

Meu amor, na despedida.
Nenhuma palavra deu:
Botou joelhos em terra,
Ficou a chorar mais eu...

[1]

Descança teu coração,
Confia no meu amor:


  1. Variantes portuguezas:

    Meu amor, na despedida,
    Nem um só ai poude dar:
    Apertou-me muito ao peito
    E depois poz-se a chorar.

    Meu amor, na despedida
    Nem uma fala me deu:
    Quiz chorar, ficou afflicto,
    Quiz falar, emmudeceu.