como Marte é mais antigo que a nossa Terra, com apenas um quarto da área superficial e mais distante do Sol, segue-se necessariamente que não só está mais distante do início da vida, mas também mais próximo do seu fim.
O arrefecimento secular que algum dia deverá atingir o nosso planeta já foi, de facto, longe com o nosso vizinho. A sua condição física ainda é em grande parte um mistério, mas sabemos agora que mesmo na sua região equatorial a temperatura do meio-dia mal se aproxima da do nosso inverno mais frio. O seu ar é muito mais atenuado do que o nosso, os seus oceanos encolheram até cobrirem apenas um terço da sua superfície e, à medida que as estações mudam lentamente, enormes camadas de neve acumulam-se e derretem em torno de ambos os pólos e inundam periodicamente as suas zonas temperadas. Essa última fase de exaustão, que para nós ainda é incrivelmente remota, tornou-se um problema atual para os habitantes de Marte. A pressão imediata da necessidade iluminou-lhes o intelecto, ampliou-lhes os poderes e endureceu-lhes o coração. E olhando através do espaço, com instrumentos e inteligências como nunca sonhamos, eles vêem, na distância mais próxima, a apenas 56 milhões de quilômetros ao sol deles, uma estrela da manhã de esperança, nosso próprio planeta mais quente, verde com vegetação e cinza com água, com uma atmosfera turva eloquente de fertilidade,
