varanda, onde uma circunstância nova os deteve algum tempo. Numa das extremidades da varanda havia um pombal velho, onde eles foram achar, esquecido ou abandonado, um casal de pombos. As duas aves, após vinte e quatro horas de solidão, pareciam saudar as pessoas que ali apareciam repentinamente.
— Coitadinhos! disse Estela logo que entrou na varanda.
Valéria prestou um minuto de atenção, talvez meio, e seguiu a ver a casa. Estela ficara a olhar para os dois pombos, e não a viu sair.
— Quer levá-los? disse a voz de Jorge.
A moça voltou-se e respondeu que não.
— Contudo, continuou ela, era bom dá-los a alguém para não morrerem à fome. São tão bonitos!
— Mas por que não os há de levar a senhora mesma?
— Vou pedir ao mestre que os tire dali, disse ela dando um passo para dentro.
— Não é preciso: eu vou tirá-los.
Estela recusou, mas o bacharel resolvera e ia satisfazer ele próprio o desejo da moça. O pombal não ficava ao alcance da mão; era preciso trepar ao parapeito da varanda, crescer na ponta