A gente da cidade — como são cegas as gentes das cidades!... Esses doutores, êsses escrevedores nos jornais, êsses deputados, paravam ali e era só crítica: vadio, indolente, sem ambição, imprestável... não havia o que não dissessem do Zé Brasil. Mas ninguém punha atenção nas doenças que derreavam aquele pobre homem — opilação, sezões, quanta verminose há, malária. E cadê doutor? Cadê remédio? Cadê jeito? O jeito era sempre o mesmo: sofrer sem um gemido e ir trabalhando doente mesmo, até não aguentar mais e cair como cavalo que afrouxa. E morrer na velha esteira — e feliz se houver por ali alguma rede em que o corpo vá para o cemitério, senão vai amarrado com cipó.
— Mas você morre, Zé, e sua alma vai para o céu, disse um dia o padre — e Zé duvidou.
— Está aí uma coisa que só vendo! Minha idéia é que nem deixam minha alma
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