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a "horta" — umas latas velhas num girauzinho, com um pé de cebola, outro de arruda e mais remédios — hortelã, cidreira, etc. No girau, por causa da formiga.

— Ah, estas formigas me matam! dizia o Zé com cara de desânimo. Comem tudo que a gente planta.

E se alguém da cidade, dêsses que não entendem de nada desta vida, vinha com histórias de "matar formiga", Zé dizia: "Matar formiga!... Elas é que matam a gente. Isso de matar formiga só para os ricos, e muito ricos. A formicida está pela hora da morte — e cada vez pior, mais falsificada. E que me adianta matar um formigueiro aqui nêste sítio, se há tantos formigueiros nos vizinhos? Formiga vem de longe. Já vi um olheiro que ia sair a um quilômetro de distância. Suponha que eu vendo a alma, compro uma lata de formicida e mato aquele formigueiro ali do pastinho. Que adianta? As formigas do Chico Vira, que é o meu vizinho dêste lado, vêm alegrinhas visitar as minhas plantas."

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